domingo, 26 de abril de 2020

Sou aranha novata no grupo, comecei a fazer parte oficialmente em 2018. Muitas pessoas sabem que o grupo não abre para novas bordadeiras, o que é justificado pelo longo tempo de convívio dessas bordadeiras e pelas dinâmicas próprias que foram se consolidando entre essas amigas bordadeiras. Neste longo percurso até que algumas mulheres tentaram!!! rsrs  Mas então como consegui entrar? Tudo se deu por conta do meu mestrado em Gerontologia Social tendo o Cuidado no tempo da velhice como tema de pesquisa. Não me interessava abordar o cuidado pelo olhar das ciências médicas, queria pensar como se tece novas formas de cuidar da vida durante o envelhecimento a partir das relações de amizade. Através de uma amiga conheci a Rioco e o Teia de Aranha e falei sobre minha proposta de Mestrado. Rioco se interessou mas não me garantiu nada, disse que o que ela poderia fazer era me apresentar ao grupo e a partir dessa primeira conversa o grupo decidiria se toparia ou não participar deste meu projeto de pesquisa. Desde o primeiro encontro tudo foi muito cuidadoso na tentativa de estabelecer uma "boa impressão". Por minha sorte elas gostaram da proposta de pesquisa e permitiram que eu participasse como observadora dos encontros semanais. Ao longo das primeiras semanas, esse lugar de observadora foi me incomodando  e percebi que teria que ter o meu projeto de bordado e assim passar a bordar com elas durante as noites de encontro do grupo. Assim foi feito, planejei bordar o meu memorial! E além disso passei a me inserir neste universo do Teia de Aranha cada vez mais, ou seja, na medida do possível, fui participando de todos eventos, viagens, comemorações que aconteciam paralelamente aos encontros semanais. E foi dessa forma que pesquisa, bordado e amizade foram sendo tecidos. No meio deste percurso foi bordada pelo grupo a colcha para o Raul, netinho da Cristina que estava para nascer, e eu fui convidada para bordar um quadradinho desta colcha. Foi este o marco da minha entrada no grupo. Isso aconteceu espontaneamente, nada foi dito oficialmente, mas a partir deste momento me tornei uma aranha-bordadeira! Laços foram tecidos, fios foram se entrelaçando e a amizade foi se fortalecendo. Hoje é como se eu estivesse com elas desde o início e já não sei mais viver sem os nossos encontros de terça-feira às 20h00 na casa da Maria Alice. 


Parte do memorial


Quadrado da Colcha do Raul

1 comentario:

Maria Cristina Ferreira dijo...

Que bom que você veio.Os encontros ficaram mais ricos, com um pouco mais de luz.